Manaus, 16 de abril de 2024

ZFM, lições da crise

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Ao receber a Medalha do Mérito Industrial da Federação das Indústrias do Amazonas (FIEAM), em solenidade comandada pelo seu presidente, Antonio Silva, na noite do último dia 22 de maio, o economista e empresário Jaime Benchimol afirmou, sobre a crise econômica e política brasileira,   estarmos diante de duas importantes “janelas de oportunidade”. Quanto à primeira, entende que o empresariado tem “pouca influência sobre a duração dessa crise e sobre as reações dos governos a ela”.  Com efeito, “os problemas que acumulamos no Brasil nos últimos anos se tornaram estruturais e provavelmente terão a duração de boa parte do mandato da atual presidente”. Sabemos, contudo, que “as crises têm um efeito saneador nos mercados. As empresas que sobrevivem a elas são as mais eficientes, aquelas que adotam práticas mais produtivas e as que apresentam melhor capacidade de adaptação ao novo cenário. Assim, não se deve desperdiçar uma crise, dizem os bons gurus da administração”, afirmou.

Ao que parece, o Brasil é infenso a crises. Historicamente demonstra não ter capacidade de absorver as lições delas derivadas. Jaime Benchimol afirma que “as ineficiências e os excessos organizacionais acumulados nos anos de prosperidade precisam ser eliminados rapidamente nos primeiros meses da recessão ainda que a um custo financeiro, emocional e humano elevado. Ações que não tínhamos coragem de tomar, como, por exemplo, a descontinuidade de operações ou de investimentos deficitários, o desligamento de funcionários que não acompanharam a evolução do trabalho moderno e a digitalização e modernização de processos agora parecem urgentes e essenciais, sendo essas ações muito mais facilmente compreendidas e aceitas dentro das nossas organizações e da própria sociedade”.

Temos, com efeito, ressalta Jaime Benchimol, “uma janela de compreensão que precisa ser aproveitada com humildade e com determinação”. Ele acrescenta: “precisamos agir agora para estudar e formatar essas alternativas removendo o excesso de burocracia, controles e restrições, inclusive as ambientais que paralisam os investimentos e nos condenam ao atraso. Penso que, durante a crise, as autoridades públicas e os agentes políticos estão com a janela da boa vontade aberta e mais sensíveis a acolher mudanças, permitindo assim que redirecionemos o curso da nossa economia e da nossa história”.

O presidente do grupo Bemol, em seu pronunciamento, com discernimento e senso de oportunidade nos conduz a um ponto bem nítido no que tange ao âmago conjuntural do processo de recessão econômica e o retorno do País à normalidade. Em sua ótica, “nunca mais voltaremos ao cenário igual ao de antes, pois o mundo pós-crise será diferente do anterior. E quanto maior for a crise, maiores serão as necessidades de mudanças”. Esta, sem dúvida, uma lição basilar.

Benchimol é enfático ao defender a atualização do modelo econômico ZFM a partir dos “incentivos fiscais federais e estaduais que a atual crise está a desafiar”. Ao mesmo tempo, desenvolver a consciência de que os US$35 bilhões de faturamento do PIM (2014) são equivalentes apenas, “em valor, à totalidade da safra brasileira de soja”. É imperativo, portanto, que busquemos – neste momento – atividades econômicas alternativas a partir das nossas verdadeiras vocações, como o turismo, a mineração, a piscicultura, as atividades agrícolas  adaptadas ao nosso clima e ecossistema”. Destaca, nesse campo: “plantações de pimentas, abacaxi, cupuaçu, mamão, etc, além de reconsiderarmos a exploração das nossas riquezas nativas como madeira, castanha, essências, fragrâncias e peixes ornamentais, que sustentaram nossa economia, sem incentivos fiscais, durante décadas”. A palavra de ordem, segundo Jaime Benchimol: “É urgente diversificarmos a nossa economia”. Lamentavelmente, “ainda que continuamente estejais ouvindo, jamais entendereis; mesmo que sempre estejais vendo, nunca percebereis”. Está na Bíblia (Mateus 13-14).

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