Manaus, 18 de abril de 2024

Uma sugestão em tempo de Mundial

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Não tem sido fácil para a administração do prefeito Artur Neto por em ordem a cidade de Manaus. Além da urgência de dar uma apresentação mais aceitável para a Copa do Mundo, e que está sendo feio na vigésima quinta hora, já que as administrações anteriores, que tiveram sete anos para planejar e executar e não cumpriram com o seu dever, a máquina montada pela municipalidade acaba emperrando em algumas mazelas antigas. No caso da revitalização do centro histórico, os vícios e a permissividade são tantos que a cada momento aparecem obstáculos administrativos, políticos e, pior, o caldo de cultura que parece saído do caldeirão das bruxas. Este caldo de cultura maligno representa o principal entrave, os demais estão sendo resolvidos na esfera administrativa com justiça e inteligência. Mas que caldo de cultura é este? Os ingredientes malcheirosos são muitos. Há a interferência dos que não entendem o que é uma cidade e consideram normal a permissividade. Ou seja, aqueles que aceitam as transgressões consideradas leves, como a ocupação das calçadas pelo comércio, a privatização das ruas pelos “guardadores de carro”. Todos esses e outras “tolerâncias” estão tipificadas pela explicação calhorda de que “é melhor que exerçam essas atividades que estarem roubando, pois todos possuem família para sustentar”. O pior é que neste Brasil do carnaval do malandro, da moral do hímen flexível, paulatinamente estas transgressões vão virando legítimas por força de lei como foi a aprovação no Congresso Nacional da utilização das motocicletas como transporte, pondo em risco a vida dos cidadãos incautos em troca de uns votinhos. Mas como as vias públicas já estão há tantas décadas ocupadas por essas transgressões, que não me surpreenderia se os “empresários” recorressem ao estatuto do uso capião, ou, porque não, do uti possidetis.

Mas não devemos ser injustos com essa massa de destituídos de baixa escolaridade e quase sempre formada por migrantes, culpando-os pela formação desse caldo cultural. No caso do centro histórico, há uma instituição que se tivesse um mínimo de visão, ou um pouquinho de boa vontade, poderia ajudar à prefeitura a embelezar a cidade, dando um grande exemplo de cidadania e amor pela terra. Refiro-me ao SEBRAE e a feira de empreendedorismo que realiza todos os domingos na Avenida Eduardo Ribeiro. E quando me referi àquela monstruosidade nojenta que invade como uma enxurrada de feiura aquela já foi a nossa principal avenida, chamar de feira de empreendedorismo o faço por caridade cristã. Desde o começo aquela invasão absurda já demostrava a visão distorcida e mesquinha de empreendedorismo do SEBRAE AM, que, aliás, realiza coisas meritórias, mas que são amesquinhadas por esta tal feira. A tal feira na verdade é a promoção da desordem, o paraíso dos ambulantes e o nirvana dos guardadores de carros, uma bagunça que começa sábado à noite e termina domingo à tarde. Eu sei, eu sinto na pele agressão que o SEBRAE perpetra contra Manaus todo santo domingo.

A Avenida Eduardo Ribeiro é a mais nobre artéria da cidade, ela está para Manaus como a 5° Avenida está para Nova lorque e o Champs Elisèe para Paris. Nessas duas artérias há eventos sazonais que as ocupam totalmente ou parcialmente, mas são realizados com bom gosto e respeito, mas a nossa bela Avenida virou um esgoto, um mafuá medieval, onde corre solta uma comi lança que não há vigilância sanitária que consiga controlar. Não digo que o SEBRAE termine com tal feira, pois ali, por certo há empreendedores de verdade. Por isso, aqui vai uma proposta, outorguem a alforria da Avenida Eduardo Ribeiro, transferindo esta feira para o amplo terreno vazio de propriedade do SEBRAE na Rua Leonardo Malcher. É uma artéria bem servida de transporte público e com todas as possibilidades de criar ali uma vitrine para os bons empreendedores.

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