Manaus, 16 de abril de 2024

Soneto

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A saracura enfiara o bico verde
na manhã pétrea e lúcida dos galos,
feriu com o seu bico o lençol leve
do dia que se abria como um lago

de peixes de silêncio, massas ázimas
e lágrimas lavadas, vasos rudes.

A noite fora um charco turvo e duro
de sonhos e visões que se toldaram.

O tempo me acudiu na voz das aves,
nas flores dos canteiros, nos cascalhos
do muro, na resina das raízes,

na tina de águas velhas e na fina
saracura que enfiara o bico verde
na pétrea manhã lúcida dos galos.

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