Manaus, 28 de março de 2024

Sem saída

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Meus textos não são direcionados para o grande público cujo interesse se restringe ao noticiário dos crimes, dos esportes e das fofocas dos “artistas” da TV. Também não escrevo para a classe política cujos interesses se restringem ao aumento do patrimônio usando as benesses graciosamente concedidas pelo poder público, como demonstram, de forma cabal, os fatos do dia-a-dia.

Até entendo que a população inculta não se interesse por textos com maior densidade, mas lamento que a quase totalidade da classe política não leia e não estude, apesar da profissão (políticos profissionais) exigir constante atualização para transferir o âmbito da norma para o texto das leis. Essa afirmação vale tanto para o vereador e prefeito com menor numero de votos em todo o Brasil, como para a presidente da república, o presidente do senado e da câmara, passando por Tiririca o deputado símbolo da (in)cultura brasileira.

 

A CRISE MORAL E ÉTICA

É evidente que o Brasil atravessa uma grave crise ética, moral e de degradação do princípio da autoridade, de quem se esperaria um comportamento digno, sendo, portanto, execrável que os eleitos usem bens públicos para fins pessoais, como fazer transplante de cabelo, ir a casamentos, assistir jogos de futebol e…andar com crianças em automóvel sem os requisitos de segurança que são exigidos dos que pagam os impostos que sustentam a mordomia que ferem a moral e a ética. Será que, diante da prova fotográfica o órgão de trânsito aplicou multa à presidente ou ao seu motorista?

Esse modelo que macula a moral e a ética, tem suas raízes no lulismo, um analfabeto funcional que aprendeu a levar vantagem em tudo, mesmo sem entender o que lê e deixar Deus sem entender direito o que ele “escreve” através de “ghostwriters”.

 

POR AQUI

Aqui pelas terras que já foi dos omáguas, manaós, barés, etc., (hoje tem mais tupiniquins) não há notícias na mídia, sobre deslizes morais e éticos nem assaltos aos cofres públicos praticados por nossos homens públicos, o que me leva a supor que nossa viagem amazônica ocorre em céu de brigadeiro, com as instituições e a classe política agindo dentro do mais absoluto respeito às leis e aos bons costumes.

 

SEM SAÍDA

Como a polícia e o ministério público não detectam deslizes comportamentais nesse meu Estado, optei por escrever sobre o futuro neste último artigo de 2013 e, apesar da boa vontade, não vejo saída para a Zona Franca ameaçada de todos os lados inclusive por artistas saltitantes festejando uma vitória na questão dos CDs e DVDs.

Para mim, a não ser que ocorra um milagre, a Zona Franca está indo para o IML, onde “técnicos” vão realizar uma necropsia para fingir identificar a “causa mortis” que todo mundo já conhece. É lamentável que nossos governantes tenham gasto 46 anos para entender a necessidade de atualizar o modelo que foi implantado para promover o crescimento econômico e que o andar do mundo exigiu que o transformassem em modelo de desenvolvimento. O eufemismo “desenvolvimento econômico” (muito usado por essas bandas) é uma expressão inócua, inadequada, superada e obsoleta segundo economistas de peso no mundo moderno entre os quais Enrique Leff, Ignacy Sachs, Amartya Sen (Prêmio Nobel de Economia). Alardear a preservação da floresta como fruto do modelo industrial é zombar de quem tem abundantes neurônios funcionais.

O governo perdeu o bonde da história ao deixar em inexplicável e inaceitável abandono o Centro de Biotecnologia do Amazonas, entregando sua gerência para uma instituição que só visa o lucro sem um olhar digno para o desenvolvimento humano. O resultado é que Manaus, em 2010, ocupava a posição 1.610 no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. E se houve mudança, foi para pior.

A atitude de nossos governantes parece muito com o discurso do governador do Pará que, em 1910, declarou: “não precisamos nos preocupar com as plantações de borracha que surgiram na Ásia”. Por essa e outras o ano de 1910 ficou marcado pela burrice e pelo fim do ciclo gomífero.

No passado, a falta de visão, de conhecimento, de perspicácia para ouvir homens ilustres como Cosme Ferreira, levou a Amazônia para a bancarrota. Nos dias de hoje, acreditar nas promessas do lulismo é repetir o equivoco de 1910, pois a prorrogação do tempo de vida do modelo sem as benesses fiscais, não nos oferece qualquer saída digna. Como no tempo da borracha.

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