Manaus, 24 de abril de 2024

Raul de Azevedo

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Faz dias que meu prezado e ilustrado amigo Newton Sabbá Guimarães, uma das figuras exponencias da erudição no País, vem recomendando artigo sobre Raul de Azevedo, aquele que foi batizado como Raul Nabantino Gonçalves de Azevedo nas terras do Maranhão (1875) e teve atuação destacada no Amazonas, seja no jornalismo, na política, na administração dos Correios e na Academia Amazonense de Letras.

Incompreendido no campo partidário, fiel ao governador Fileto Pires Ferreira e depois aos governadores Silverio e Constantino Nery, foi na literatura que se projetou entre nós e teve algum realce em nível nacional como romancista, contista, dramaturgo, crítico e conferencista.

A função de imprensa o carregou do Nordeste para o Norte, e, em aqui chegando, exerceu o cargo de secretário geral do Estado que era uma espécie de vice-governador, mas, com personalidade forte, meteu-se em algumas encrencas e polêmicas com partidos e outros líderes locais, e padeceu o assassinato do filho e a destruição do monumento que havia sido erguido em sua memória.

Como era comum, esteve em vários jornais ao longo dos anos, seja como fundador, diretor, secretário ou colaborador: “Rio Negro”, do partido de Fileto Pires, “A Gazeta Postal”, de Belém, “O Globo”, “Folha do Amazonas”, “Amazonas Comercial”, “A Pátria”, “A Federação”, “Diário de Notícias”, “Commercio do Amazonas”, todos de Manaus, a “Revista Contemporânea, do Recife, “O Pão”, da Padaria Espiritual (CE), “Revista Renascença” e “Jornal do Commercio”, este dois últimos do Rio de Janeiro, em cuja cidade fundou e editou a revista “Aspectos”.

Sem fugir à regra dos jornalistas e sobretudo daqueles que acendiam polêmicas que eram verdadeiras guerras nas colunas dos jornais diários, Raul se valeu dos pseudônimos de “Iberê” e “Raulim”, mas, como muitos outros, procurou ocupar cargos públicos para sobrevivência pessoal e da família, tendo sido diretor da Biblioteca Pública do Amazonas, diretor do Departamento dos Correios e Telégrafos em Manaus, Juiz de Fora e Rio de Janeiro, e presidente da Comissão de Eficiência, do ministério da Viação (1941).

Publicou mais de 30 títulos, em livro, formando uma das mais invejáveis coleções, embora nem todos tenham a qualidade esperada. Assim foi desde 1896 quando deu a público “Artigos e crônicas” e “Ternuras” até os seus “Brancos e pretos”, “Senhores e senhoritas” e “Elisabete”, todos de 1955; e, “Dona Beija”, de 1957.

Na Academia não só integrou o grupo de fundadores em 1918, desde os primeiros acordes em dezembro de 1917 ainda sob a denominação de Sociedade Amazonense de Homens de Letras como propôs, em 1920, a nova denominação de Academia Amazonense de Letras e proferiu o primeiro discurso formal de posse que, até então, não era usual na instituição.

Sua presença na instituição foi marcante, embora tenha tido, vez em quando, embates internos graves, alguns dos quais que não teriam sido resolvidos, especialmente com Pericles Moraes que, diga-se de passagem, desde cedo foi afeito a polêmicas, inclusive pela imprensa.

Mesmo assim, Raul sempre prezou em divulgar, informar e pugnar pela Academia, contribuindo para projetar muitos de seus membros na imprensa carioca.

Reclama estudo alentado sobre sua vida e obra, em todos os campos de atuação, desde 1957 quando seguiu encantado para o mundo das estrelas.

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Uma resposta

  1. Até hoje, jaz no túmulo de tampa de mármore, o filho de Raul, Herbert Lessa de Azevedo, atrás da capela de Santa Terezinha, no cemitério da cidade de Coari.

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