Manaus, 18 de abril de 2024

Quatro canções do possível amor

amor
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1

Teu corpo
crivado de estrelas,
quero a água nova
gorgolejando da chuva.

Duas laranjas maduras,
duas colunas de fogo
teu corpo.

Alta manhã, dia livre
com repousos deste rio
de peixes,
as asas das andorinhas
pairam no espaço.

Quero a água nova
gorgolejando da chuva.

2

Nestas trevas me atrevo
plantar o medo,
tua clara imagem
destrói as coisas.

Esta noite possui
pétalas negras,
conheço todos os traços
da ação da chuva.

O perfume das folhas
urtiga os olhos,
colho um galho restante
para os amigos.

Nestas trevas me atrevo
plantar o medo,
nestas trevas me atrevo
no perfume das folhas.

3

Serenarás a morte amarga
amiga da noite,
aquela que nasce aquém
de minha voz sem palavras.

Custa demais o meu dia
tal como a qualquer de nós,
água rasteira de um córrego
lavando os olhos.

Aspiro o ar que é de areia,
áspero, raso,
e a manhã traz no seu dia
pleno conflito.

Bom dia, meu semelhante,
eu te saúdo,
toda saudade é carente
se o amor é mudo.

4

O meu navio é meu dia,
levo nele as provisões
da fatigada cantiga.

Volto para o meu lugar,
bom dia, amigo.
Aqui é o mar!

Pesa demais este encargo
é bom poder dividi-lo
com os demais.

Bom dia, amigo,
a casa é vossa também,
bebei comigo.

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