Manaus, 29 de março de 2024

Poema real

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*Francisco de Abreu Cavalcante

I
Escrevi um pequeno poema real
Que trata de profissional pescador,
No centro encontra-se meu irmão,
E eu ao lado, seu mero assessor.

II
Poema que me traz felicidade,
Acho que fui feliz em escrevê-lo,
Retrata meu irmão, na verdade
Que ao ler, me parece revê-lo.

III
Ó meu amado irmão me desculpe!
Se algum dia, a ti, fui malcriado,
Pois quero sempre recordar os bons
Momentos de nosso feliz passado.

IV
Tantas vezes juntos pescamos
Com tarrafas ou antigo espinhel,
Em pé nos bancos da canoa, tu eras
Exímio a desempenhar teu papel.

V
Nos fins de tardes nos lagos silentes
Que maravilha! A mata cantando,
A brisa sonante, resplandecente,
Do além, lindas músicas nos felicitando.

VI
Nos fins de tardes, lindo sol nos brindava,
Seus raios em forma de leque, mostrava,
Como indescritíveis multicores girassóis!
Momentos reais que na’lma se colocava.

VII
No horizonte, estradas de luzes brilhavam
Nas águas calmas daqueles momentos,
Que nos levavam a Coros Angelicais,
Tornando divinos nossos pensamentos.

VIII
Ah se eu pudesse tudo aqui relembrar
Das aventuras de nossas pescarias,
Os riscos ao atravessar os rios: a canoa
Prestes a alagar, isso quase todos os dias.

IX
Assim como Jesus orientou Pedro
Por onde devia sua rede lançar,
Acalmava as águas em nossos caminhos
Para nossa canoa sã e salva passar.

X
Com certeza, Ele sempre nos ajudou,
Por tantas vezes salvar as nossas vidas,
Evitando de sermos tragados pelos
Rebojos, nas margens de terras caídas.

XI
Paulo, meu irmão, fazia quase o impossível
Mergulhando para a tarrafa desengatar,
Em iminente risco de vida se via,
Não temia, porque tinha de executar.

XII
Certo dia, agradecendo a Deus até hoje,
Por não ter tido um acidente mortal,
No fundo, a arraia o ferrou no pescoço,
Que se atingisse a jugular seria fatal.

XIII
Entre tantos perigos que passamos
Pela glória de Deus éramos amparados,
A ideia da fragilidade de nossa canoa,
Não havia, mas éramos abençoados.

XIV
Acho que Deus ajuda os pescadores
Nesse humilde trabalho arriscado,
Trabalhando para conseguir o sustento
Conforme as Escrituras, o é santificado.

XV
Lembro-me da canoa, feita por mim
Que gostava de nela sair para pescar,
Era um pouco pequena e muito leve,
Mas bem confortável de remar.

XVI
Não esqueço o jacaré que ele encontrou
Aos anzóis do espinhel ou estiradeira,
Que, se batendo, cansou até a morte,
E Paulo sozinho o trouxe à sua maneira.

XVII
Rebocou o bicho à terra, na margem do lago,
Cortou o rabo que não cabia na canoa,
Alagando-a para conseguir apanhar o
Corpo do animal, o que não foi à toa.

XVIII
Em seguida tirou a água da canoa,
Que volta com o jacaré a flutuar,
Arrumando de novo os utensílios
Vem à casa para o jacaré mostrar.

XIX
Sim! Ele trouxe o enorme aligator
Nós o vimos e ouvimos sua história
Meu irmão Paulo, pescador de muitos feitos!
Conseguiu manter a sua glória.

*Poeta e professor aposentado, natural de Itacoatiara. Graduado em Letras, Língua Inglesa. Integrante do Coral João Gomes Júnior.

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