Poema recolhido da obra “Pedra Pintada (uma viagem à cidade da minha primeira infância)”, ainda inédita.
Com papagaios de papel
apurava uns dinheirinhos.
Na pracinha em frente ao rio
encontrei outro menino.
Não podia comprar nada
e dei para ele um de graça.
Empinei meu papagaio
e o que fez o outro menino?
Como primeira partida
cortou o meu papagaio!
Meu brinquedo de papel
caiu ao largo no rio
que parecia uma lama.
Foi a primeira visão
amargosa da alma humana.