Manaus, 29 de março de 2024

Memória nem só olfativa e gustativa

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Nas festas de Natal e Ano Novo sempre nos dá vontade de comer algo específico. Considerando os cinco sentidos: audição, visão, tato, olfato e paladar. Não só esses dois últimos se referem às comidas. Mesmo antes de provar um alimento, nossos outros sentidos como a visão e audição são acionados. Quando ouvimos a fritura de um alimento ou quando avistamos a placa de um restaurante famoso.

Obviamente há muitos outros fatores que condicionam essa experiência. De fato, o ato de comer é uma experiência sensorial. Em especial nas festas de final de ano.

A memória gustativa em particular é um sentimento saudosista de tudo que nos traz boas lembranças e provocam a consciência de um sabor que remete ao passado.

Na casa de meus sogros o queijo bola, o famoso queijo do reino, era disputadíssimo no Natal. Além das famosas rabanadas.

Muitos brasileiros, principalmente os descendentes de portugueses, não abrem mão dos bolinhos de bacalhau. Há ainda as deliciosas castanhas portuguesas. As nozes, os queijos e também as nossas frutas regionais.

Em nossa família era costume matar um leitão e mandar assar na padaria da família Grosso, na Sete de Setembro. Costumes de uma Manaus que não existe mais.

Meus filhos pedem sempre o tender. E, principalmente um certo bolo de chocolate. Um delicioso bolo impregnado de uma gostosa e suave calda cuja receita pernambucana é uma das especialidades de minha mulher.

Bacalhoada, pernil, frutas cristalizadas, saladas especiais, fricassés e arroz de lentilhas. Arroz à grega e à piemontesa. Os regionais patos ao tucupi, pirarucu de casaca, vatapá e caruru.

O peru é o prato mais tradicional, tendo sido usado desde o século 16 na Europa. Recentemente, no Brasil, o pernil de porco e o frango passaram a estar muito próximos do peru na ceia de Natal.

Ah! E a nossa farofa. Jamais poderíamos esquecê-la. Tem a farofa básica, a farofa doce e a farofa de ovo.

Nada supera a rabanada. Ou fatias paridas. Receita tradicional nas ceias de Natal. Muito popular em Portugal e no Brasil.

Não me conformo de só comer rabanadas nesta época. As rabanadas são servidas no Natal e remetem à lembranças não só gustativas e olfativas, mas principalmente aquelas do fundo do coração.

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