Manaus, 16 de abril de 2024

Farinha de cará sem glúten

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Deu no Amazonas Em tempo (caderno Economia), de 15/11/2015. Fruto de pesquisa desenvolvida com recursos da Fapeam, o novo alimento vai gerar oportunidade a produtores regionais.

O Amazonas é o primeiro Estado brasileiro a produzir uma farinha de tubérculos (batatas típicas da região) para ampliar o setor alimentar e como alternativa de renda aos produtores. Trata-se da farinha sem glúten feita de cará-de-espinho, ariá e cará-roxo, que está sendo desenvolvida com recursos do governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), pela nutricionista clínica e doutora em biotecnologia, Lorisa Simas. O cará roxo cozido é comum na mesa do amazonense em cafés da manhã e outros tipos de pratos. O ariá tem altíssimo valor em proteínas, de qualidade superior às encontradas na chamada batatinha portuguesa.

Segundo Lorisa, a farinha resultante desses tibérculos já está em condições de uso, e o desafio é testar o produto na preparação de alimentos que são consumidos diariamente pela população local. Referida pesquisa pretende desenvolver preparações típicas da mesa dos amazonenses e disponibilizar um novo produto com valor nutricional interessante para diversificar a dieta regional. Socialmente, a pesquisa auxiliará na construção da cadeia produtiva desses tubérculos, favorecendo famílias que dependem financeiramente da venda de alimentos in natura. Por serem produzidos de forma fácil e em baixa escala, os tubérculos são livres de agrotóxicos. Dessa forma mais famílias, principalmente no interior do Estado, que estão sem uma fonte de renda, poderão ser favorecidas. É uma novidade, sem dúvida, posto que fomentará a cadeia produtiva dos tubérculos e incentivará a produção a nível de agricultura familiar. Feita sem produtos químicos e sem glúten, a farinha de cará é uma alternativa alimentícia saudável e barata, capaz de, se industrializada em alta escal, ganhar a preferência do mais exigente consumidor.

Ainda de acordo com a pesquisadora Lorisa Simas, o glúten é um complexo proteico presente em muitos produtos alimentícios, utilizado como aditivo. Apesar de evidências vinculando o seu consumo ao desenvolvimento e agravamento de sintomas de doenças inflamatórias em indivíduos com predisposição genética, deixar de comer glúten não é um hábito saudável, isoladamente. “Evidências científicas atuais sugerem uma conduta profissional diferenciada no tratamento nutricional e, por isso, esse tema é tão polêmico”.

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