Manaus, 24 de abril de 2024

Descendo a ladeira

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“Aqui e alio que vemos, ainda, é alguma mobilização exportadora de turistas com programas de voos charter saindo de Manaus, e nada de captação de turistas’

A alternativa econômica mais viável e de menor prazo para gerar bons resultados, capaz de apoiar o desenvolvimento local em complementação à Zona Franca e de fortalecer a região, que é o Turismo em suas várias formas de operação, no nosso caso está desabando, apesar de esforços que vêm sendo desenvolvidos por alguns operadores locais e por setores de governo, especialmente a Amazonastour que luta arduamente.

O fato é que essa atividade é, fundamentalmente, empresarial, cabendo aos governos prepararem e manterem a infraestrutura necessária para a atuação dos empresários, atuarem na fomentação de programas de arte e cultura, na abertura de linhas de crédito em condições capazes de motivar os investimentos privados, e, se for o caso, até certo ponto, unir-se como um dos investidores.

A situação de saúde pública abalou esse segmento em todo o País mas, entre nós, a situação se agrava, a cada dia, em razão das informações inverídicas que são transmitidas por noticiário que se transforma em sensacionalismo, dando conta de uma possível nova onda de covid-19 na região, e, em particular, no Amazonas.

Vários equipamentos hoteleiros fecharam as portas; outros estão prestes a fechar; o aeroporto funciona para atender oito a nove voos diários em lugar dos cerca de cinquenta voos que tínhamos anteriormente, com os quais, diga-se de passagem, ainda não estávamos no nível desejado. Aqui e ali o que vemos, ainda, é alguma mobilização exportadora de turistas com programas de voos charter saindo de Manaus, e nada, nada mesmo, de captação de turistas em formato satisfatório e capaz de ajudar a enfrentar as consequências dessa pandemia, mesmo que seja a médio e longo prazo.

Urge uma ampla campanha de promoção do Estado e de Manaus, em especial, que reponha o Amazonas no cenário turístico como o reposicione em relação à pandemia, pois fomos estraçalhados com o amplo noticiário de grande alta de adoecimentos e mortes que, em verdade, atravessamos, mas que se encontra superado.

Não se deseja que essa recuperação de imagem se faça de forma imediata, mas é urgente que seja iniciada sob pena da situação se tornar irreversível, pois, aliada a outros estigmas que já nos impingem como os de devoradores de florestas pelo fogo, garimpo ilegal, invasão de terras, desmatamento e venda de madeira de forma incorreta, tráfico de drogas e outras coisas, vão acabar nos sepultando como destino turístico agradável, saudável e de belezas únicas, com grandes eventos de arte erudita, folclore e culinária singular.

O último grande desastre que estamos padecendo e vem se avolumando em proporção se refere ao Hotel Tropical que, em situação crítica, começa a ter sua edificação tomada pelo lixo e por invasão de membros do MST, como aconteceu recentemente, os quais foram expulsos do prédio por ação de pequeno grupo de pessoas apaixonadas pelo empreendimento e de alguns poucos ex-funcionários que teimam em procurar preservar a edificação e a importante história que o hotel representa.

Com a aproximação da reforma tributária, sempre anunciada com prejuízos maiores ou menores para a Zona Franca, tornase cada vez mais necessária uma intervenção conjunta de governantes e empresarios, entidades de classe e representações sociais e acadêmicas no sentido de nos imbuirmos da responsabilidade pelo impulsionamento de alternativa econômica que se apresente em apoio ao valor gerado pelas indústrias que temos – e graças a Deus que as temos, pois não podemos manter essa dependência exclusiva.

Até quanto clamaremos no deserto ou vamos seguir descendo a ladeira?

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