Manaus, 28 de março de 2024

Das campanhas e das lambanças

Compartilhe nas redes:

A palavra lambança, em sentido figurado, significa manifestação ruidosa que ocasiona confusão. Durante as campanhas eleitorais foram lançadas pelos candidatos propostas lambanceiras que oportunizaram avaliações contraditórias. Algumas proposituras ensejaram explicações, para poder ser entendidas pelo eleitorado, pela incerteza causada.

De início um dos candidatos prometeu dar um indulto ao ex-presidente Lula, retirando-o da cadeia, depois negou; outro prometeu tirar o nome dos indivíduos do SPC. Este fato acabou levando o idoso José Maria dos Santos de 78 anos, aposentado para algumas atividades, na cidade de Pimenteiras, interior do Piauí, mandar colocar na conta do presidenciável o que havia consumido num prostíbulo, (algumas bebidas alcoólicas e quatro prostitutas), tudo explicado: “Se ele não pagar pode colocar o meu nome no SPC”.

Divulgaram-se nas redes sociais cobranças telefônicas pelos credores, em que os eleitores se comprometiam a repassar o telefone do candidato autor da promessa, para efeito de redirecionamento da perturbação.     Uma elucidação foi dada de que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal refinanciariam as dívidas feitas até o momento em que o candidato falou sobre o assunto pela primeira vez. Houve ainda quem defendesse a revogação da reforma trabalhista.

Com programas evasivos, não houve debates aprofundados, embora polemizados, como aconteceu com a proposta de um economista para recriar a CPMF, que repercutiu negativamente no Congresso Nacional e no empresariado. O economista Paulo Guedes, conselheiro econômico de Jair Bolsonaro (PSL) evitou dar explicações após a notícia de criar um imposto aos moldes da CPMF e uma alíquota única de 20% para imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas.

Alguns candidatos a vice-presidente também deram sua contribuição ao imbróglio, ao criticar o 13º salário, por ser “uma “jabuticaba brasileira”, uma “mochila nas costas dos empresários” e “uma visão social com o chapéu dos outros”. Outro defendeu a criação de um grupo de notáveis para preparar uma nova Constituição Federal, e houve quem afirmasse que as famílias chefiadas por mães e avós são “fábricas de desajustados”.

Henrique Meirelles concluiu sua participação na campanha presidencial mais cara, com R$ 54 milhões bancados de seu próprio bolso. Com 1,2% dos votos válidos, gastou R$ 42 por voto obtido e ficou em um distante sétimo lugar. Enquanto a campanha mais barata foi a de Cabo Daciolo, do Patriota, com apenas R$ 10 mil. Ele acabou na sexta posição, com menos de R$ 0,01 despendido para cada voto.

Milhares de mulheres foram às ruas para repudiar Bolsonaro, mas deu efeito contrário, ao fazê-lo subir nas pesquisas eleitorais e causar o dólar cair e a bolsa subir.

Lamenta-se a multiplicação das “fake news” sobre adversários, a Justiça Eleitoral e a votação eletrônica. A propaganda de rádio e tv perdeu   para as redes sociais, que diga Alkmin, com maior tempo de TV, estancou nos 8%. Com as restrições legais, a campanha sumiu das ruas junto com os marqueteiros e o WhatsApp foi quem deu o maior impacto eleitoral.

A base de apoio no Congresso será vital para aprovar as mudanças. O país precisa ser apaziguado com o respeito às leis, às decisões judiciais e ao voto popular, além de dialogar para encarar graves problemas, como o desemprego e a fuga de investimentos.  Que Deus ajude os brasileiros.

Compartilhe nas redes:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

COLUNISTAS

COLABORADORES

Abrahim Baze

Alírio Marques