Manaus, 28 de março de 2024

Cuidados paliativos

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Prolongar aquele interminável sofrimento por insistir com a oferta de medicamentos muitas vezes, na verdade, só favorecerá o aumento do sofrimento.

Hoje em dia a Medicina se preocupa não somente com a tecnologia de ponta, tais como a telemedicina para cuidar à distância de pacientes graves. Acabei de vir de um congresso europeu de telemedicina, onde os alemães apresentaram uma pulseira que informa de hora em hora os parâmetros básicos orgânicos, tais como glicemia sem fazer punção, frequência cardíaca, frequência respiratória, metabolismo nutricional e alterações da dor. E o médico à distância controla pelo sistema de telemedicina estas informações podendo aconselhar, medicar, mudar prescrição e tudo o mais, desde que haja um cuidador de plantão.

Mas temos também novas técnicas para cuidarmos de pacientes com diagnóstico de doenças incuráveis, utilizando os chamados cuidados paliativos. O que seriam então os cuidados paliativos? Seria forma de melhor lidar com as questões físicas psíquicas, sociais e espirituais dos pacientes desenganados. Sem esquecer também daquelas questões práticas, como os próprios medos, suas expectativas futuras, necessidades e esperanças.

Portanto, nesses casos é necessário preparar-se para a autodeterminação ao manejo do processo de morrer e o que poderá acontecer até o final da vida. Cuidar das perdas durante o processo da doença que anteciparão o luto e alcançar seu potencial máximo mesmo diante da maior adversidade: a morte. Afinal, o sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida!

A doença consegue afetar o processo normal da vida pelo futuro incerto e pelo o que seria o futuro esperado pelo paciente. Por este motivo a doença não afeta somente o paciente, mas, sobretudo a família, os amigos, os companheiros de trabalho que seriam a parte circunstancial daquela pequena sociedade que cerca o paciente.

Por estes motivos os cuidados paliativos atingem todos os aspectos além da própria doença por minimizar de várias maneiras as perdas que se acumularão ao longo deste processo que poderá ser longo ou breve. Aliviam a dor, melhoram o sono e a dificuldade de se alimentar, cuidam da depressão do próprio paciente e dos familiares. No entanto, não se deve prolongar este momento se esta for a vontade explícita do paciente. Prolongar aquele interminável sofrimento por insistir com a oferta de medicamentos muitas vezes na verdade só favorecerá o aumento do sofrimento. Por isso considerar a vontade do paciente às vezes pode ser a atitude mais sábia, apesar da grande discussão e polêmica existentes em torno da prática da eutanásia.

Mesmo assim os cuidados paliativos estão chegando em muito boa hora, proporcionando segurança aos familiares e dignidade aos pacientes em seus momentos finais.

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