*Francisco de Abreu Cavalcante
Ó Deus meu, atendei ao nosso clamor!
Arrebatai desta terra, que é Vossa,
a desumanidade hostil que é só nossa
na insânia do esquecimento de Vós, ó Criador.
Por que tanta desgraça aos ao nossos olhos
que só Vós, Senhor, podeis evitar;
criaturas humanas, desumanas,
filhos seus com o “direito” de matar?
Desonestos, impunes, sedentos,
corruptos, violentos, sem pudor
vitimando tantas humildes criaturas
que trabalham na senda do Senhor!
A sabedoria do livre arbítrio
nos ensina como agir e pensar,
pagamos pelos nossos erros
e os algozes também têm que pagar.
De onde vimos e o que já fizemos
para sofrer tanta humilhação;
atos vis impostos por gente como nós
que são nossos próprios irmãos?
O que ouvimos pelo mundo inteiro
são notícias desagradáveis da ação
de corruptos, criminosos, latrocidas,
fatricidas, matricidas… sem razão.
As leis punitivas dos homens
são usadas com cautela e cuidado
para não prejudicar gente importante
e até tirar a razão do inocente acusado.
Mas as leis de Deus não falham…
Neste mundo de gozo e expiação,
Senhor, perdoai a maledicência
Daqueles muitos que vivem na escuridão.
Ajoelhados, contritos a Seus pés
clamamos pela Vossa intervenção,
pedimos a Vós: não nos deixe beber
do cálice de tanta indignação.