Manaus, 29 de março de 2024

Universidade, fator diferencial

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O Times Higher Education (THE) – world university rankings – é editado a partir de dados do Thomson Reuters, do Reino Unido, destinado a avaliar performances das universidades mundiais, desde 2004. No ranking de 2013 os Estados Unidos, campeões imbatíveis, ocupam 13 posições numa lista das 20 universidades de melhor reputação mundial. Ampliado o leque, suas universidades representam cerca de 50% das top 100 melhores colocadas. Seus rivais mais próximos, o Reino Unido tem apenas 10.

Para o THE é notável que os Estados Unidos hajam fortalecido seu domínio mesmo nesses tempos de austeridade, a despeito de que universidades de ponta da Ásia hajam se beneficiado de generosos fundos financeiros e poderosas campanhas de apoio para elevar o status internacional dessas instituições. O ranking das 20 mais importantes universidades do Planeta são ocupadas por instituições dos USA, U.K., Japão (Universidade de Toquio), Canadá (Universidade de Toronto) e Suiça (Instituto Federal de Tecnologia de Zurique).  Estrelas em ascensão, Austrália, Suécia, China, Coreia do Sul e Hong Kong compõem o elenco das 50 universidades top mundiais.

Nenhuma universidade brasileira foi incluída na lista das 200 melhores do mundo, em 2013. A instituição melhor classificada, a USP, do 158.º lugar que ocupava no ranking de 2011, caiu  para a faixa entre o 226.º e o 250.º lugares, este ano. Os estudos comparativos do THE avaliam o desempenho dos estudantes, o nível de internacionalização de cada universidade e sua produção acadêmica nas áreas de engenharia, tecnologia, artes, humanidades, ciências da vida, saúde, física e ciências sociais. Também levam em conta a relevância das pesquisas acadêmicas, a regularidade da publicação de artigos nas revistas científicas mais conceituadas e o número de vezes que são citados. E – importantíssimo – medem, ainda, o nível de absorção, pelas empresas, das ideias e das tecnologias inovadoras desenvolvidas por essas instituições..

Em relação aos Brics e países emergentes, as universidades asiáticas alcançaram o mesmo destaque que suas escolas de ensino básico obtiveram na edição de 2012 do Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa). Só a China classificou 23 universidades – 4 delas entre as 10 melhores. A Turquia classificou três universidades no topo da lista. A USP ficou na 11.ª posição, abaixo de instituições da China, Turquia, Taiwan, Rússia e da África do Sul. A segunda universidade brasileira melhor classificada foi a Unicamp, em 24.º lugar. Em seguida vêm a UFRJ e a Unesp, em 60.º e 87.º lugares, respectivamente.

Entre os principais problemas das universidades brasileiras, destacam-se a falta de recursos financeiros e humanos para pesquisa, deficiência de infraestrutura e de intercâmbio, baixo número de publicações em revistas internacionais e desconhecimento de idiomas estrangeiros. O problema é antigo e diz respeito à ineficiência governamental da gestão do ensino superior, que se revela incapaz de planejar e de estabelecer prioridades. Enquanto China, Coreia do Sul, Cingapura e Taiwan há muito investem em qualificação de docentes e centros de excelência, intercâmbio cultural e internacionalização de suas universidades, o Brasil desperdiça recursos escassos com a criação de novas instituições sem, no entanto, assegurar boas condições de funcionamento às existentes.

É legítimo, por conseguinte, inquirir sobre o lugar em que, nesse universo, se situa o Amazonas nesses campos (academia e pesquisa) e qual a capacidade de resiliência e de superação das adversidades por parte do governo e da Suframa. Isto é, sobre as expectativas, que certamente irão se frustrar, caso não se reverta o quadro atual, ante a inevitabilidade e o determinismo que se coloca à exploração econômica de nossa biodiversidade. O tempo é de fertilizar o solo e plantar.

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