Manaus, 19 de abril de 2024

Soneto de um novembro findo

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A mim me resta apenas o desejo

de perecer, seguindo algum espaço,

de naufragar na busca do que faço,

de reviver da forma em que me vejo

 

um flagelo de homem de tristeza,

proletário de um mundo sem sentido

que, quanto mais se busca, se é vencido

pelas farpas do tempo da pobreza.

 

Que me resta, senão a própria morte?

O fim, somente o ocaso faz-me eterno,

num horizonte assim a me ocultar.

 

A mim me restará também a sorte

de um homem que não soube ser moderno,

mas que viveu somente para amar.

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