Manaus, 28 de março de 2024

Colégio Nossa Senhora do Rosário

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O Ministério da Educação divulgou no dia 22 deste mês de novembro o ranking das melhores escolas do País em 2011. Conforme dados do ENEM, uma das “estrelas” da lista das dez mais bem colocadas no âmbito do Estado do Amazonas é o Colégio Nossa Senhora do Rosário, mantido pela Prelazia de Itacoatiara, e que aparece em 8º lugar com 573,56 pontos. Além de estar não muito distante da escola colocada em primeiro lugar (o Centro Educacional Latu Sensu de Manaus, com 652,26 pontos), na corrida pelo melhor desempenho o Colégio Nossa Senhora do Rosário supera várias das chamadas “escolas elite” da capital, a exemplos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (décimo lugar com 569,75 pontos); do Colégio Santa Doroteia (décimo primeiro com 564,08 pontos); da FUCAPI (décima segunda com 555,17 pontos); do Centro Integrado de Educação Christus (décimo terceiro com 553,16 pontos); do Colégio La Salle (décimo quinto com 549,15 pontos); do Colégio Acrópole (décimo sétimo com 542,07 pontos); e do Colégio Santa Terezinha (vigésimo lugar com 532,50 pontos).

Há seis décadas empenhadíssimo no preparo educacional e cultural, além da formação moral da juventude, o tradicional centro católico itacoatiarense repete agora o sucesso dos anos 2009 e 2010, quando, ao disputar com centenas de outros estabelecimentos escolares do nosso Estado, foi classificado pelo ENEM em 5º e 7º lugares, respectivamente. À época, o órgão gestor do Colégio era composto pelos professores Agenor Luiz da Gama Alves (Diretor de Ensino); Jane Meiry Rattes (Coordenadora Pedagógica) e Admilson da Cruz Berger (Diretor Financeiro). Ressalte-se que o Colégio ultimamente vem se destacando como o que mais tem qualificado jovens do curso de nível médio, assegurando-lhes mais facilmente o ingresso em universidades públicas e/ou privadas.

Numa cidade como a nossa, que sempre esteve tão perto de Deus e tão longe do governo, há razões de sobra para comemorarmos. Eu, particularmente, me sinto tomado de grande orgulho e possuído de uma enorme satisfação. Sim, por que – honrando e colocando bem alto o nome da nossa milagrosa Padroeira – o Colégio Nossa Senhora do Rosário, primeira instituição de ensino privado instalada nesta cidade, constitui um marco na educação do nosso povo, sem dúvida um dos nossos grandes patrimônios.

Idealizado, desde 1949, pelo padre Joaquim Pereira (1878-1958), saudoso e benemérito vigário paroquial que em fevereiro de 1948 foi elevado ao título honorífico de monsenhor pelo papa Pio XII (1876-1958), e inicialmente destinado à educação feminina, o Colégio se tornou realidade em 02 de fevereiro de 1951 com a instalação do Instituto Nossa Senhora do Rosário de Fátima, sob a coordenação de um grupo de religiosas da Congregação das Doroteias. No dia 23 de maio do mesmo ano foi considerado de utilidade pública pela Câmara Municipal.

Dedicando-se à educação moral, cívica e religiosa de crianças e jovens de qualquer condição social, teve como sua primeira Diretora a madre superiora Maria Rita de Cássia Dias – também celebrada autora do Hino de Itacoatiara, composto por ela em 1958. Seguiram-na, a segunda superiora irmã Maria José Pereira, a terceira, irmã Maria Dantas, e a quarta, irmã Odisseia Damasceno. Ali também trabalharam a irmã Flora Barros Montenegro, a irmã Ribeiro, a irmã Floripes Bezerra, a irmã Arlinda Marques, a irmã Francisca Abrantes e a irmã Antônia Pimentel.

À época, sendo difícil o deslocamento de moças para cursarem o Magistério em Manaus, o Colégio tornou-se uma agradável opção para formação de quadros de professor para servir à cidade e aos municípios circunvizinhas. Muitas de suas ex-alunas se destacaram no universo amazonense, a exemplos da escritora Rosa do Espírito Santo Costa, da assistente social Maria de Nazaré Gomes Lopes, da religiosa e administradora de empresa Maria Lúcia Lira Romão, da médica Marlene Silva, da advogada Aladyr Antunes Auzier, da educadora Terezinha Edna Monteiro Peixoto, das professoras Anazildes Barros de Paiva e Niza de Paiva Prado, além da recentemente falecida Maria Amélia Montenegro Lopes.

No curso de sua trajetória como formador de professores normais rurais, o estabelecimento recebeu a ajuda de pessoas da comunidade e da classe político-governamental, merecendo aqui ser mencionados o ex-governador Àlvaro Botelho Maia (1893-1969) e o ex-prefeito Antônio de Araújo Costa (1888-1971). Inicialmente instalado em duas casas antigas e históricas, logo passaria a ocupar os três prédios que faziam frente respectivamente para a Rua Cassiano Secundo, para a Rua Adamastor de Figueiredo e para a Avenida Parque (antiga Torquato Tapajós). O primeiro, inconcluso e de dois pavimentos, abrigava as classes do curso primário; o do centro servia de residência às irmãs Dorotéias e comportava a Capela, a Biblioteca e a Secretaria do Colégio; e o terceiro, além das salas de aula do Curso Normal, sediava o Grêmio Estudantil “Beata Paula Frassinetti” (depois, sob o comando das Adoradoras de Cristo, Grêmio “Maria de Mathias”). Ao fundo deste uma grande área coberta destinada a reuniões comunitárias, formaturas, comemorações cívicas e festivas, palestras, conferências e apresentações teatrais.

Como afirmamos alhures, esta escola particular de ensino fundamental e médio, atualmente gerida por uma Associação Cultural vinculada à Prelazia de Itacoatiara, à data de sua fundação recebeu o nome de Instituto Normal Rural Nossa Senhora do Rosário de Fátima, sob o comando das religiosas de Santa Dorotéia, um semi-internato exclusivo do alunado feminino. No início de 1965 ganhou foros de escola mista passando à responsabilidade das irmãs do Preciosíssimo Sangue, mais tarde Congregação das Adoradoras do Sangue de Cristo, e, desde lá, começou a receber alunos de ambos os sexos.

Posteriormente, passou a intitular-se Colégio Nossa Senhora do Rosário, sendo que em 02 de dezembro de 1966 nele foi instalado o Curso Pedagógico propiciando a formação e diplomação de profissionais do Magistério de nível de 1º grau – infelizmente extinto em 1977. Mediante a celebração, em 1974, de um convênio entre a SEDUC e a Prelazia, o Colégio foi desdobrado em Escola Paroquial Nossa Senhora do Rosário (com sede no endereço da Rua Adamastor Figueiredo) e Escola Nossa Senhora do Rosário de Fátima (à Rua Monsenhor Joaquim Pereira), passando ambas a integrarem a rede pública estadual de ensino.

Todavia, após mais de duas décadas de crises geradas pela incompreensão e desrespeito às cláusulas contratuais, por parte de certas autoridades, em novembro de 2000 a Prelazia denunciou o convênio, mandou extinguir as duas escolas e recuperou o comando do Colégio. Reinstalado em janeiro do ano seguinte pelo bispo dom Carillo Gritti, praticamente renasceu voltando a se firmar no universo da Educação amazonense e brasileira. Além de cuidar dos primeiros passos infantis, sua vocação é preparar jovens para a Universidade e o mercado de trabalho.

Atualmente conta com cerca de 330 alunos, distribuídos pelo ensino fundamental, educação infantil e de nível médio. Suas diretorias de Ensino são ocupadas pelas professoras Gracilene Guedes de Castro e Delsa Zeferino; e na Diretoria Financeira permanece o professor Admilson da Cruz Berger. O melhor aproveitamento dos alunos é debitado à competência de seus professores, graduados e pós-graduados, ao correto cumprimento da carga horária e da grade curricular, além da rigidez disciplinar em sala de aula e demais recintos internos. Destacamos os professores Mariene Matos, Cristina Turatu, Maria do Carmo Lima, Gleiza Gomes, Marinete Ferreira e Gilza Andrade.

Priorizando a educação infanto-juvenil centrada nos valores éticos-cristãos, há 61 anos fundada no carisma de Paula Frassinetti (1809-1882)) – beatificada em 08 de junho de 1930 pelo papa Pio XI (1857-1939) e canonizada em 11 de março de 1984 pelo papa João Paulo II (1920-2005) – cujo traço marcante é a condução das ações pela via do coração e do amor, como instituição histórica o Colégio Nossa Senhora do Rosário deixa-se interpelar pelo tempo e, antenado ao futuro, abre-se ao novo comprometendo-se com as questões sociais, orientando seus alunos sob a ótica da justiça, da ética e da fraternidade, celebrando a vida e a esperança.

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Uma resposta

  1. Sou estudante da época em que a escola integrava a rede pública, o famoso “Colejão” , tinha como Diretor o Professor Tatá, um Diretor muito respeitado por todos, particularmente o temia (mas hoje o admiro muitoooo!!), exigia dos alunos fardamento impecável, cantávamos os hinos do Brasil e Bandeira, andávamos alinhados dentro da escola (bom dia, boa tarde…), enfim só lembranças e ensinamentos bons, que certamente marcaram uma geração!!

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