Manaus, 29 de março de 2024

Notícias do Pelourinho

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O professor Claudemilson Santos, mestre em Geografia pela UFAM e um dos jovens talentosos que muito promete à nossa terra natal, acaba de me enviar uma fotografia, provavelmente datada de 1966, referente ao antigo Monumento ao Centenário da Independência do Brasil, construído e inaugurado em 1922 na Administração do superintendente Francisco Olímpio de Oliveira – um dos nossos mais operosos administradores, que governou Itacoatiara no período 1919/1922.

O documento, já empalidecido pelo tempo, nos revela uma coluna de concreto armado estampando dizeres cívicos e de amor à Pátria. Originariamente platando no lugar onde atualmente é a pracinha defronte  ao Restaurante Panorama, antecede alguns postes de acariquara destinados a iluminação da antiga quadra de esportes do CRI – Centro Recreativo de Itacoatiara. Ainda aparece, mais ao fundo, o início da mais bela avenida do interior amazonense (à esquerda), parte da praça e o frontispício da antiga Igreja Matriz (à direita). Emocionei-me em face da histórica foto, porque ainda rapazinho operando como jornaleiro passava diariamente por ali e, como sempre, apaixonado pelas coisas dessa cálida velha Serpa, olhava orgulhoso para aquele monumento – infelizmente demolido pelo prefeito Aurélio Vieira dos Santos em meados de 1968.

Por conseguinte, meu caro e jovem professor Claudemilson, a coluna da fotografia (que a inseri com legenda na seção Galeria deste blog) não é o Pelourinho – grosso esteio de madeira de lei, símbolo da autoridade e da justiça,  mandado levantar no meio da praça pelo governador Joaquim de Mello e Póvoas no dia da inauguração da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Serpa, isto na manhã do dia 1º de janeiro de 1759. Naquela data (e por coincidência quase no mesmo local onde aparece a coluna da fotografia que ora reportamos), segundo o velho costume português e em obediência ao alvará régio de 14 de setembro de 1758, faz-se a consagração do Município de Serpa, atual Itacoatiara.

Peço, por gentileza, que você leia os textos elucidativos a respeito, inseridos às páginas 45, 51/55, 66/67 e 128 de meu livro “Cronografia de Itacoatiara” – 1º volume, editado em 1997. E volte a interagir comigo!

É lamentável, mas o Pelourinho, símbolo de uma época áurea da historia de Itacoatiara, foi “extraviado”, segundo o testemunho do ouvidor da Comarca (atual Estado) do Amazonas, Domingos Nunes Ramos Ferreira que, em 27 de fevereiro de 1822, presidiu audiência geral de correição à Câmara de Serpa. O fato é confirmado pelo historiador paraense Bertino de Miranda. A mesma (curiosa e estranha) história de extravio ocorreu em relação ao cálice de ouro da Paróquia de Serpa, adquirido ao tempo do rei dom João VI (em cerca de 1808/1810), misteriosamente retirado do altar da nossa velha matriz colonial e levado (segundo denúncia formulada em 1948 pelo desembargador Anísio Jobim) para a Catedral de Manaus.

Gestos como o do professor Claudemilson Santos (enviando-me fotografia histórica e formulando perguntas) devem ser repetidos, multiplicados. É importante que saibamos mais… muito mais sobre a gloriosa História de Itacoatiara. Faz bem ao nosso cérebro e a nossa alma. Que seu exemplo perdure e seja repetido por muitos. Vamos, gente…

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