Manaus, 29 de março de 2024

Capital mundial das artes cênicas

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Imaginem Manaus em 2016 se tornar por uma semana a capital mundial das artes cênicas, recebendo setecentos artistas da dança, do teatro e da performance dos cinco continentes, congraçando com os artistas de Manaus. Isto está prestes a acontecer no dia 18 próximo, quando o comitê executivo do Instituto Internacional do Teatro, entidade vinculada à UNESCO, escolher a próxima sede de seu Congresso Mundial. A nossa cidade, que já brilhou durante a recente Copa do Mundo de Futebol, concorre com dois pesos pesados, a cidade de São Paulo e Hanói, capital do Vietnã. Vamos chegar lá com uma boa vantagem, pois já temos o apoio de todos os países do continente americano, do Canadá à Terra do Fogo, além de Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra e Alemanha. A cidade de São Paulo, que concorria sozinha até dezembro do ano passado, foi surpreendida pela proposta de Manaus, que organizou uma visita da cúpula do Instituto Internacional do Teatro, no mês de maio, deixando o Diretor Executivo, Tobias Bianconi, bastante impressionado com a pujança cultural da cidade, a capacidade de organizar eventos de grande porte, como o Festival Amazonas de Ópera e a própria Copa do Mundo, além da moderna infraestrutura aparecimento de Manaus em reunião especial em Paris em 2013 não aconteceu por acaso. Antes o prefeito Artur Neto foi consultado sobre a possibilidade de entrarmos no páreo, mesmo sabendo que concorreríamos com cidades fortes culturalmente, mas a magia da Amazônia logo fez a balança pender para o nosso lado. Caso Manaus vença a parada, será a primeira vez que o Congresso Mundial de Teatro acontece no continente americano. Este ano a cidade sede será Erevã, capital da Armênia, o mais ocidentalizado dos países asiáticos, senhor de uma cultura que se perde nos tempos. A Armênia teve um visitante bíblico em seu catálogo de celebridades. Foi nada mais nada menos que Noé, que flutuou durante os quarenta dias do dilúvio universal e foi ancorar no monte Ararat, cuja capital, Erevã, fica ao pé e é a maior atração turística do país. Outra característica interessante da Armênia é que foi o primeiro país asiático a se converter ao cristianismo, construindo uma igreja própria. O cristianismo representou um grande avanço cultural e serviu de base para a formação da identidade nacional, tão forte e fincada na alma do povo, que nem o genocídio perpetrado pelos turcos e anos de dominação da União Soviética conseguiu apagar. É neste cenário que eu mesmo e representantes do Conselho Municipal de Cultura e da ManausCult tentaremos convencer os delegados do ITI a vir para o coração da Amazônia em 2016. Entre outros motivos, porque a Amazônia sempre amou e praticou as artes cênicas, sempre amou a dança e o teatro.

Desde o século XVIII o povo de Manaus e de Belém é familiarizado com a Ópera, o Teatro e a Dança, como ficou provado no último dia 24 de outubro, aniversário de Manaus, quando o povo lotou o Teatro Amazonas para assistir a Ópera “Pastores do Amazonas”, criada por Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha em 1793. Desde então a nossa cidade nunca deixou de fazer teatro, dança e canto lírico, por isso mesmo estará apta a receber os maiores artistas do mundo em 2016. Será um acontecimento cultural de grande impacto econômico, que de certo modo dá continuidade à vocação apresentada por nossa capital com o sucesso da Copa. O Congresso vai atrair os artistas da Pan Amazônia e poderemos pela primeira vez ter uma visão integrada das artes de nossos vizinhos. Isto se falar dos artistas da Amazônia Brasileira e das outras regiões do Brasil.

Manaus, ao contrário de Erevã, é uma cidade fácil de chegar, tem voos diretos da Europa e dos Estados Unidos e a nossa cidade sempre sintoniza com as outras cidades cultas do mundo quando seus artistas do palco dão as batidas de Molière.

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